Presidente da Comunidade Batista da Paz
Fundador da ACADEH - Academia de Desenvolvimento Humano e da ACADEH Editora
Sócio-gerente da Construtora Millenio Ltda
Administrador, palestrante motivacional, conferencista e escritor
Há onze anos recebemos o chamado de Deus para assumirmos a presidência da igreja que pastoreamos em Viçosa, MG. Era uma igreja jovem, recentemente emancipada e que contava com uma frequência média de sessenta pessoas nos domingos à noite. Não tínhamos sede própria e nem recursos disponíveis.
Com a nossa chegada, muitos se foram e, inicialmente, a frequência caiu. A impressão que tínhamos era de que em poucos meses fecharíamos a igreja. Não importava o que fazíamos, a igreja diminuía freneticamente em número de membros
Depois de dedicarmos dias, noites e, às vezes, semanas à oração, Deus nos mostrou que estava removendo toda a sujeira e que nos colocaria em posição de honra. Ele nos abriu os olhos para a realidade espiritual de Viçosa e região. Fez-nos perceber como a idolatria, em suas várias formas, alimentava a miséria, a deformação física, a cegueira espiritual e que ela atrofiava, em suas vítimas, a capacidade de pensar em algo melhor.
Logo descobrimos que Deus nos havia colocado diante de um grande desafio. O desafio que imaginávamos ter recebido se limitava apenas à igreja local, mas nos enganamos. A primeira convicção que recebemos foi a respeito de um ministério urbano. Deus não chama pastores locais, chama pastores para cidades. Inevitavelmente, daremos conta a Deus do alcance de nosso ministério. Se podemos impactar uma cidade, por que fazê-lo apenas em nível de bairro? Se podemos ganhar uma nação, por que nos contentarmos com a cidade? Se as portas se abriram para missões transculturais, por que escolhermos apenas investir em missões nacionais?
Houve um período em que alguns líderes da igreja e eu fizemos uma aliança de passarmos vinte e um dias no templo em oração, e o fizemos. Tivemos experiências que dificilmente conseguiríamos exprimir.
Numa noite, após aquele período, o Senhor me visitou e me conduziu à cabine de um grande avião, e eu me vi pilotando-o. Eu não havia recebido treinamento para esse ofício e mesmo me esforçando o avião foi rumo ao chão. Nessa visão, eu podia ver o avião por fora e por dentro ao mesmo tempo. Era assustador pensar que em poucos minutos eu seria responsável por dezenas de vidas ceifadas. Jesus estava bem perto, como se me instruísse sem palavras, mas, devido à tensão que me envolvia, eu não conseguia pedir-lhe qualquer orientação. Quando não havia mais saída, Ele apontou os botões e as chaves que eu deveria acionar e, em fração de segundos, o avião retomou a sua rota.
Mudou-se a cena, e eu me via dirigindo uma carreta volvo com carroceria baú. Eu acho que nunca entrei em um cavalinho antes. Dirigi-lo não me pareceu uma boa idéia. Eu estava novamente metido em apuros e não sabia como colocar a primeira macha e, não importava o que fazia, o caminhão avançava de macha ré para um grande abismo. Nesta visão eu tinha uma perspectiva do lado de fora e via a traseira da carreta se aproximando, aos arrancos, do despenhadeiro. Eu já estava prestes a desistir, quando recebi instrução do Senhor e consegui avançar.
Na última cena, eu entrava em uma vila próxima a uma subestação de energia. A noite estava clara, o céu estrelado, mas eu não via uma pessoa sequer na rua. Era como se a cidade estivesse sob um toque de recolher, acuada e sob a iminência de uma catástrofe. Subitamente, uma grande explosão interrompeu o silêncio da noite e raios dourados e prateados caíam sobre os transformadores da fornecedora de energia, causando grande destruição em toda a sua estrutura. Logo, o pavor deu lugar ao espetáculo sobrenatural de Deus. Sobre as casas havia uma chama de fogo. Um fogo de paz. Ele não consumia o telhado nem as casas. As famílias saíam e se ajuntavam cada uma em frente de sua casa, como se fossem posar para uma foto. Eu fiquei ali em pé, admirando aquela cena. Era muito linda aquela chama!
O que isso representa? E em meio a essas indagações uma voz me instruiu:
“Eu te conduzirei a um nível sobrenatural e te darei vitória nos ares”. Eu pensava que seria um ministério com muitas viagens nacionais e internacionais. Até que entendi que toda a guerra espiritual é travada nos ares e que todo ministério, capaz de impactar coletivamente as multidões, precisará aprender a conquistar os ares. Deus nos daria experiências inimagináveis com as guerras espirituais e, em seguida, nos autorizaria a utilizarmos os ares para propagar, por meio de mídias diversas, a mensagem do evangelho. Não obstante, tal como o avião que quase caiu, perderíamos mais que imaginávamos, até aprendermos.
Sobre a carreta, disse: “Eu te capacitarei para dirigir um veículo de carga maior, mais resistente e mais veloz, que aquele que você está acostumado a dirigir”. Dessa vez eu não pensei que Deus me chamava para um ministério como caminhoneiro. Eu logo entendi que se tratava da igreja. Assim como existem veículos que transportam pessoas, existem aqueles que transportam carga. Uns transportam poucas pessoas, outros transportam muitas. Mas há aqueles veículos exclusivos para as cargas pesadas. Eu entendi que Deus me chamava para um ministério de suporte. E que a igreja em Viçosa transportaria suprimentos a toda região e também a outras localidades, dando suporte à capacitação de obreiros, à edificação do Corpo de Cristo, levando estratégias de crescimento, dentre outras coisas.
Sobre a cidade incendiada, a instrução foi: “– Eu substituirei a força humana (elétrica) pelo poder divino e salvarei as famílias.”. Essa explicação respondeu a algumas perguntas que me ocorriam: “E os recursos, de onde virão?”, “E as minhas limitações de tempo, espaço, pessoal?”, “E quanto ao foco, onde devo atuar?”. Ficou claro para mim, após a visão, uma vez que Deus substituiria a força humana pelo Seu poder e salvaria as famílias, que as providências viriam Dele quando eu caminhasse em direção ao seu propósito. Ele proveria os recursos, o pessoal e daria o foco.
A estratégia que recebi do Senhor é a de desenvolver as pessoas que vem, de todo lugar, para a UFV, além das nativas com as quais já trabalhamos. A idéia é desenvolver nas pessoas a capacidade de liderança, dando-lhes suporte para que cresçam espiritualmente. O objetivo é que elas sejam enviadas para os diversos setores da sociedade, como bocas de Deus, como promotoras de mudança, investidas de autoridade espiritual, atuando como pastores, missionários, líderes em igrejas diversas. Porém, sua profissão funciona como uma espécie de disfarce social.
Quanto aos recursos financeiros para a realização do ministério, esses viriam de todos. Tanto dos que estão perto quanto os que estão longe. Cremos que Deus move pessoas de diferentes estados brasileiros para investirem aqui, a fim de que o Reino de Deus se estabeleça. Essas pessoas têm a oportunidade de participarem, diretamente, de uma colheita de almas sem precedentes. Desde a época em que essa experiência aconteceu, temos aplicado nossos esforços na edificação das bases para essa visão seja desenvolvida.
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